21/12/2010 15:48

Ativistas pelos Objetivos do Milênio participam do encontro de Lula com movimentos sociais

Reunião teve como tônica as conquistas sociais e os avanços a realizar

21.12.2010 | Nós Podemos Paraná, Portal Vermelho, CUT e do Blog do Planalto

 

Na última quarta-feira (15/12), ativistas do Movimento Nós Podemos (que trabalha pelos Objetivos do Milênio), estiveram com o presidente Lula, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). Além deles, mais 500 lideranças dos mais diversos segmentos da sociedade civil - entidades sindicais, do campo, das mulheres, dos negros, de juventude, de economia solidária e de reforma urbana, entre outros - estiveram presentes no evento "Encontro com os Movimentos Sociais".

Durante o evento, foram destacadas as conquistas obtidas nos 8 anos do Governo Lula. Os representantes dos Movimentos agradeceram conquistas como aumento no salário mínimo (CUT/ Força Sindical) programas habitacionais como o Minha Casa Minha Vida (MST) e as políticas de valorização da mulher.

Segundo a coordenadora do Nós Podemos Paraná, Maria Aparecida Zago Udenal, neste governo que termina agora, "houve diálogo com os movimentos sociais que possibilitaram a construção de políticas públicas que colaboraram para a inclusão das pessoas". A coordenadora, que representou o Secretário Nacional do Nós Podemos, Rodrigo Rocha Loures, reverenciou a importância do trabalho realizado pela Secretaria-geral da Presidência da República, que fez a intermediação entre o Governo Federal e a sociedade civil, inclusive os movimentos sociais. Estiveram presentes no evento representantes dos estados de Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Rondônia, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo e Maranhão, além do Distrito Federal.

Protagonismo na justiça social
Muito mais que fazer um balanço dos últimos oito anos do governo federal, Lula reafirmou, no evento, a necessidade de manutenção da política de valorização do salário mínimo e do maior protagonismo do Estado para seguir "aprofundando as mudanças", com soberania, democracia e justiça social.

Lula lembrou um fato ocorrido em 1975, quando era dirigente sindical e tentou entregar uma carta ao então presidente Ernesto Geisel, que visitava a fábrica da Ford em São Paulo (SP). Só conseguiu graças à intervenção do governador paulista à época, Paulo Egídio Martins, que o levou para perto de Geisel e o apresentou. A dificuldade para se aproximar de Geisel - ou de qualquer outro presidente brasileiro anos atrás - era uma tarefa praticamente impossível para sindicalistas, trabalhadores rurais, sem-terra ou estudantes. Esse tempo ficou para trás. "Governo e sociedade civil aprenderam enfim que, trabalhando em parceria, todos tem a ganhar - principalmente o País", disse.

"Eu vim do meio de vocês, conheço de cor e salteado os problemas que vocês vivenciam todos os dias. (...) E é isso que eu penso que fez a diferença quando eu cheguei à Presidência da República. Vocês estão lembrados que eu dizia que um dos maiores legados que um presidente da República pode deixar ao deixar a Presidência é a mudança no relacionamento entre o estado e a sociedade, entre o governo e as instituições do movimento social. (...) Se criou a ideia de que a relação entre o estado e a sociedade é a relação entre o todo-poderoso estado e o dócil povo brasileiro. Nós não tratamos assim", disse Lula.

Conquista da sociedade
Emocionado, o presidente Lula citou as 73 Conferências Nacionais realizadas, que reuniram mais de cinco milhões de pessoas, "e decidiram parte dos acertos das políticas públicas que colocamos em prática". "Esta é uma conquista de vocês. Vocês me ajudaram a construir outro país, muitas vezes ajudaram a encontrar um caminho que eu não estava enxergando". Desta forma, com consulta e diálogo, enfatizou Lula, foi dado "um salto de qualidade", e é assim, ampliando a democracia participativa que o país continuará avançando, "de conquista em conquista".

Lula reafirmou sua crença no constante diálogo para fazer fluir a relação entre governo e sociedade. O presidente lembrou, no entanto, que a luta está apenas começando. Que o governo Dilma, que assume a partir de janeiro de 2011, terá muito o que fazer pela frente e precisa continuar contando com o apoio e as reivindicações dos movimentos populares.

Agradecimento de Dulci
O secretário geral da Presidência, Luiz Dulci, reconhecido pelos movimentos sociais como seu principal interlocutor junto às esferas de governo, foi muito aplaudido e elogiado. Dulci agradeceu a confiança e a parceria, lembrando que sem as entidades populares o governo não conseguiria ter enfrentado os obstáculos colocados pela reação. "Queriam nos impor uma estratégica recessiva para enfrentar a crise, que aplicássemos mais da terapia neoliberal. Vocês, que têm inteligência crítica, foram os interlocutores do projeto de desenvolvimento do país", declarou. A coesão, alertou, cumpre papel chave para o avanço. E citou Paulo Freire: "É preciso unir os divergentes para melhor enfrentar os antagônicos".

Ao final do evento, a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) entregou à Secretaria Geral da Presidência um documento onde a cobra a valorização do salário mínimo, redução da jornada de trabalho para 40 horas, sem redução de salário; fortalecimento da Previdência Social pública, com o fim do fator previdenciário e sem aumento na idade mínima da aposentadoria; reforma agrária, com mudanças no índice de produtividade da terra para garantir acesso a quem nela mora e trabalha; utilização no desenvolvimento social dos recursos obtidos no pré-sal, com ênfase para a saúde, educação e erradicação da pobreza; e fortalecimento da organização sindical e democratização das relações de trabalho; igualdade, ampliação da distribuição de renda e inclusão social.

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