10/09/2010 20:08

Crédito, sustentabilidade e economia global preocupam cooperativas

 

Crédito, sustentabilidade e economia global preocupam cooperativas

Especialistas discutiram o futuro econômico do setor em congresso em Brasília

Letícia Luvison | Brasília (DF)

 

A dificuldade de acesso ao crédito e os entraves envolvendo questões ambientais pautaram nesta sexta, dia 10, o Congresso Brasileiro do Cooperativismo. No evento, que ocorre em Brasília, especialistas discutiram o futuro econômico do setor. Especialistas apontaram as altas taxas de juros, carga tributária e o câmbio como os principais problemas do setor.

— Precisamos exportar muito mais, então, a taxa de juros hoje é um entrave para o setor.

Existe recurso, mas as instituições financeiras têm privilegiado aqueles produtores maiores, aqueles que dão mais retorno, que têm mais garantias — avaliou o gerente de mercado Evandro Ninaut.

Com crédito mais fácil, as cooperativas argumentam que podem aumentar a participação na economia brasileira. No ano passado, elas exportaram US$ 3,5 bilhões. Ainda é pouco, considerando que o número de associados também pode aumentar.

— Se você imaginar, por exemplo, que existem hoje 800 milhões de cooperados em todos os países do mundo e se cada um tiver três agregados, são 2,4 bilhões de pessoas a mais. No Brasil, nós temos um pouco mais de seis milhões de cooperativados — defendeu o coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, Roberto Rodrigues.

Apesar de o trigo irrigado render mais de seis mil quilos por hectare, o crédito tira a tranquilidade dos produtores rurais do Distrito Federal.

— O governo disponibiliza um volume significativo de recursos ao crédito rural. No entanto, as exigências dos bancos que transferem os recursos aos tomadores são bastante grandes — disse o consultor da Coopa-DF Cláudio Maliski.

O setor também teme algo que está sendo discutido agora, mas deve chegar até as cooperativas num futuro bem próximo: a questão ambiental. As exigências para produzir, respeitando o meio ambiente, geram insegurança nos agricultores.

— A partir do dia primeiro de janeiro, os bancos vão exigir licença ambiental para transferir recursos ou financiar os produtores rurais. Para conseguir a licença, terá que fazer um contrato, contratar uma empresa credenciada. Isso dificulta, é demorado e custa caro — explicou Maliski.

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